quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Especismo

O especismo, termo comum entre os vegetarianos atualmente, é uma forma de discriminação, mas, ao contrário do racismo, que é a discriminação de uma raça considerada inferior, o especismo é a discriminação em razão da espécie, o que não muda muito, pois é baseado, também, na prerrogativa de que uma espécie é superior à outra.

Os brancos já consideraram os negros “seres inferiores não dotados de alma”, ou seja, os negros foram escrevizados por serem considerados como animais e inferiores. Hoje, a humanidade chora por tantos crimes cometidos e por anos de escravidão.
Um outro exemplo clássico são os nazistas, que se consideravam a “raça pura” e, sob esse pretexto, exterminaram milhares de judeus de maneira cruel e desumana.

Hoje sabemos que, nem negros, nem judeus, nem amarelos, nenhum ser humano é diferente do outro, exceto por características físicas e culturais, o que não os diferencia em sua inteligência, psicológico e capacidade. Somo, portanto, todos humanos e todos iguais.
Mas, apesar de tanta dor e crueldade, existe uma chacina acontecendo todos os dias, uma matança legalizada e aceita por todos e que tem por base uma teoria não menos preconceituosa do que as duas acima: o especismo.

O especismo é a discriminação baseada na espécie, ou seja, uma espécie que se considera superior subjuga uma outra. Isso também é um erro.
O ser humano, por “dominar” a Terra através de sua inteligência, considera-se superior e, portanto, acredita ter o direito de usar seres de outras espécies como objetos. Porém, essa é a maneira errada de analisar a situação. Os animais não possuem a inteligência da maneira que a entendemos, o raciocínio, mas possuem outra forma de inligência e sentidos desconhecidos para nós. É comum que, em desastres naturais, poucos animais se firam porque conseguem “sentir” o perigo através de seus instindos, o que para nós é um mistério.

Os animais possuem uma vida à parte, são um outro mundo, um mundo que não compreendemos e não temos o direito de julgar. Não são inferiores, são apenas diferentes e, sendo assim, estamos cometendo o mesmo erro do passado, explorando populações de animais apenas por luxo (já foi provado que o homem não precisa de alimentos de origem animal para viver, aliás, é possível uma vida mais saudável e natural com uma dieta vegana), acreditando erroneamente que somos superiores.
O erro e o crime, portanto, permanecem ao longo dos séculos, com uma diferença: negros e judeus já são considerados iguais a todos os seres humanos, mas a crueldade com os animais, seu extermínio inconsciente, está longe de acabar. A questão de tornar-se vegetariano não é nutricional, é ética. Deve haver uma consciência de que nós simplesmente não temos o direito de matar para nos alimentarmos.
Se um ser sente dor, não há justificativa para que sejamos nós os verdugos a impormos essa dor, com a desculpa de que precisamos comer.
Nós não somos superiores, se o fôssemos, jamais mataríamos, subsugaríamos, feriríamos e aceitaríamos essas práticas como "comuns".
Todos temos o direito de escolha. Eu escolho não matar seres inocentes que são meus companheiros na Terra.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Crueldade ao extremo

Não basta vivermos num mundo violento, em que o dinheiro manda e quase todos que se encontram no poder são corruptíveis.
Não bastam as mortes, as guerras, a fome, o genocídio - muitas vezes silencioso - das populações sem recursos.
Como se não bastasse o assassinato de milhares de animais inocentes, todos os dias, para satisfazer a futilidade, a gula e o egoísmo do ser humano, a emissora brasileira que mais influencia pessoas levou ao ar mais um capítulo de um reality show sem graça, mas com muita crueldade.
O programa "No Limite" exibido pela Rede Globo, tem a pretensão de testar os participantes através de desafios de sobrevivência, força, destreza, desenvolvidos num local isolado e com condições precárias.
Desta vez, porém, o programa realmente exagerou, colocando como um dos desafios para seus participantes a ingestão obrigatória de olhos de cabra e fetos de pintinhos e peixes, que deveriam ser comidos vivos. E o mais interessante é que a maioria dos participantes conseguiu passar pela maioria das etapas, o que mostra que nem só os políticos de que tanto reclamamos são corruptíveis. O que me choca é o descado com que os animais são tratados, uma vez que a maioria das pessoas diz ter "nojo" de comer um peixe ou um pintinho vivo, mas não pensa no sofrimento que está causando àquele animal.
O sofrimento animal ainda faz parte do dia-a-dia da maioria das pessoas e o que é mais triste, naturalmente, como se a regra fosse matar, machucar, subjugar.
Esse tipo de programa, No Limite, e as atitudes de seus participantes só mostram que o dinheiro ainda está acima da compaixão.